Londres, dia 8: um sábado diferente para Oscar Pistorius
Sul-africano é o primeiro biamputado a disputar os Jogos. Brasileira tem
nova eliminação marcante no salto com vara
Por Alexandre Alliatti Rio de Janeiro
fonte:globoesporte.globo.com
Oscar Pistorius, com próteses, arranca para ir
às
semifinais dos 400m (Foto: Reuters)
Jorge Luis Borges, escritor argentino, mal sabia se uma bola era redonda ou
quadrada. Não entendia patavinas sobre esportes. Mas criou uma tese sobre
personagens, e como é de personagens que as Olimpíadas mais são preenchidas,
roubaremos seu delírio. Segundo ele, para uma figura ser aceita como real pelo
leitor, ela pode ter no máximo uma característica excepcional. Por exemplo: um
texto ficcional aceita um sujeito que seja invisível, mas cai no ridículo se o
sujeito, além de invisível, tiver a capacidade de teletransporte. Vira
inverossímil. Fazendo um paralelo esportivo, não podemos acreditar em Oscar
Pistorius.
Não
pode ser verdade que um jovem sem as duas pernas tenha se tornado multicampeão
paralímpico e também tenha ido, pasmemos, para as Olimpíadas. E ido para
competir em alto nível, não apenas para dar um exemplo de vida.
Deve ser uma farsa mundial, uma pegadinha do COI, um complô orquestrado por
vários atores – tipo naquele filme “Show de Truman”. É bonito demais para ser
verdade. É absurdo demais. Parece ficção. Jorge Luis Borges não acreditaria que
o sul-africano, com o 16º melhor tempo, competindo com próteses, conseguiu
classificação às semifinais dos 400m em Londres neste sábado – o dia em que se
tornou o primeiro biamputado da história a disputar uma edição dos Jogos
Olímpicos.
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